segunda-feira, 25 de julho de 2011

Homens Invisíveis



A invisibilidade social é o tipo de preconceito mais praticado em nosso país, pois muitos acreditam que a condição de seus semelhantes não é culpa sua e que por vivermos em uma sociedade capitalista, cada um tem que buscar o seu (esse tipo de sentimento individualista é muito comum em nossa sociedade). Esse tipo de preconceito não está ligado apenas a condição financeira, mas também condições culturais e estéticas.

Hoje no Brasil existe entorno de 1,8 milhões de moradores de rua, um numero equivalente a 4,5 vezes o numero da população de Porto Velho, é o nível de nossa sociedade que mais sofre pela invisibilidade social, pois a sociedade se acostumou em ver milhares de pessoas pelas calçadas e diretamente são associadas a vagabundos e ladrões, uma tremenda injustiça, pois o abandono de nosso poder publico é o principal causador desses fantasmas, seja pela péssima educação oferecida pelo estado ou pela falta de oportunidade de trabalho. A pobreza não é a falta de dinheiro ou viver em condições de miséria, a pobreza é a falta de oportunidade de sair da condição de miserável, onde muitas vezes alguns trabalham apenas para poderem se alimentar.
A invisibilidade não atinge apenas os moradores de rua, mas também garis, prostitutas, trabalhadores do campo, drogados, portadores de necessidades especiais, homossexuais, detentos, etc.




O fator cultural causador da invisibilidade social se inicia na nossa infância, dentro de casa, onde aprendemos a ser egoístas e individualistas através dos ensinamentos de nossos pais, para que possamos sobreviver e para que não ultrapassemos a fronteira da invisibilidade, mas não nos é ensinado como acabar com essa “sociedade marginal”, tornando todos iguais. A condição de um homem invisível está ligado diretamente a nossa postura diante da sociedade, o principal motivo é desprezar o maior poder político que um cidadão pode exercer, o voto. Conversando com um amigo ouvi a seguinte frase: “eu sempre anulo meu voto, pois não vejo mudança nenhuma em minha vida”, entendo a indignação de um cidadão que pensa dessa forma, mas não podemos esquecer que não elegemos um deputado ou vereador para que atenda exclusivamente nossos problemas individuais, mas sim o coletivo, principalmente quem mais precisa, os invisíveis. Sem cobrar seus direitos também nada ira mudar, entenda que o seu problema nunca vai ter a mesma importância para outras pessoas, assim foi pela criação do ECA (Estatuto da criança e do adolescente), onde ocorreu uma marcha de milhares de pessoas do Rio Grande do Sul a Brasília, e assim com um grande apelo popular, o ECA foi elaborado.

A aparência é fundamental para a inserção do individuo no mercado de trabalho, não só a aparência física, mas também a qualidade do vestuário. Hoje em dia vale mais você aparentar ter do que você realmente ter.

A invisibilidade social gera sentimentos de desprezo, humilhação e alto grau de depressão. Em alguns casos indivíduos marginalizados pela invisibilidade social entram para criminalidade, pois acredita que a sociedade deve pagar por ser tratado com tanta indiferença e acaba cometendo pequenos delitos a crimes hediondos.






O que é muito comum é a a organização desses grupos e formação associações ou ONGs que buscam defender os direito do excluídos pela sociedade como o MST que busca defender a reforma agrária e CUFA Central Única de Favelas que busca melhorar a qualidade de vida de jovens moradores de favelas do Rio de Janeiro. Dentro dos presídios brasileiros, algumas organizações também se formaram como o CV (Comando Vermelho) criado dentro de um presídio no Rio de Janeiro na junção de assaltantes de banco com presos políticos da ditadura militar, e o PCC (Primeiro Comando da Capital) formado na cidade de São Paulo.

Uma forma de acabarmos com a invisibilidade social é não se acostumando com a situação de moradores de rua, miseráveis, presidiários, etc. Devemos sempre nos indignar com a miséria alheia, dificuldade do próximo e principalmente tratá-los como iguais, mostrando que estamos todos juntos e muitas vezes com um bom dia, boa tarde ou boa noite, você consegue alegrar uma pessoa.

Pratique a caridade e não descrimine ninguém, um dia você pode estar na situação dele.

Um comentário:

  1. Realmente, esse é um fato muito comum na sociedade, pois o homem acostumou-se a ter olhos individualistas moldados pelo sistema.
    Gostei do seu blog amigo, voce é muito filosofico.
    Tenho um blog bem filosofico também, onde escrevo minhas reflexões sobre esse mundo que nos cerca.
    Aí vai o link, e se quiser, siga o blog, que é constantemente atualizado:
    www.raqueltamer.blogspot.com.br
    Boa sorte com o blog!

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